Esquema milionário de fraude é exposto na CPMI do
Esquema milionário de fraude é exposto na CPMI do

Esquema milionário de fraude é exposto na CPMI do INSS

Liderança da CPMI que apura desvios nos pagamentos do INSS ouviu Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, em meio a acusações de formação de uma fortaleza financeira envolvendo familiares e empresas de fachada

Brasília, 29 de setembro de 2025 – Em sessão marcada por revelações da maior gravidade, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga irregularidades no saque de recursos destinados aos aposentados do INSS expôs um suposto esquema milionário promovido sob a égide da Conafer, a “confederação” de agricultores familiares rurais. O destaque da audiência foi o interrogatório de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer S/A, que desencadeou novas acusações sobre a composição de uma estrutura empresarial familiar que, segundo os senadores jurados, controla negócios de altas cifras.

Resumo do que foi apresentado

- Liderança e estrutura: De acordo com o relator Alfredo Gaspar (União-AL), o esquema envolvia uma formação de núcleo familiar (irmãos, esposa, cunhados e outros familiares) que gerenciava e faturava milhões de reais por meio de empresas prestadoras de serviços associadas à Conafer. A CPMI classificou a organização como mais um exemplo de crime organizado com atuação de longo alcance.

- Serviços fantasmas: Lopes foi questionado sobre a titularidade de empresas que, segundo os relatos, prestavam serviços pelos quais ele próprio não soube explicar a natureza ou a real necessidade, alimentando suspeitas de cobranças indevidas e desvio de recursos previdenciários.

- Aquisição de aeronaves: Entre as aquisições citadas pela investigação está a compra milionária de aviões, supostamente realizadas por um funcionário da entidade que vive na periferia de Brasília, um ponto que chamou atenção dos parlamentares pela possível relação com o desvio de verbas.

- Nomes, datas e valores: O promotor Alfredo Gaspar destacou a necessidade de esclarecer nomes, datas e valores que compõem esse conjunto de negócios, ressaltando que a comprovação de certos contratos e transações pode implicar envolvidos em atividades ilícitas envolvendo a Conafer e o desfalque a inativos da previdência.

Análise dos fatos e contexto

- O que está em jogo: A CPMI investiga o uso indevido de parcelas de descontos destinados aos aposentados do INSS, com alegações de superfaturamento, fraude documental e operacionalização de serviços por meio de estruturas empresariais ligadas à Conafer S/A. O objetivo, segundo a comissão, é apontar responsabilidades de gestores e operadores que teriam se beneficiado do esquema.

- Reação dos integrantes: O relator Alfredo Gaspar tem sido o principal fio condutor da investigação, destacando a gravidade das denúncias e a necessidade de esclarecer a participação de cada personagem envolvido, especialmente em relação aos vínculos entre a Conafer, as empresas prestadoras de serviços e os pagamentos efetuados.

- Implicações políticas e institucionais: A divulgação de que haveria uma “história de família” por trás de operações milionárias levanta questões sobre a governança de entidades voltadas à assistência rural e pode afetar a imagem de organizações representativas, além de exigir maior transparência na gestão de recursos públicos e privados vinculados ao INSS.

Próximos passos da CPMI

- Novas oitivas: A comissão deve continuar com depoimentos de testemunhas, peritos e representantes legais para delinear com mais precisão o delineamento da suposta fraude, bem como para confirmar ou afastar ligações entre as empresas envolvidas e a Conafer.

- Documentação e provas: Espera-se a análise mais aprofundada de documentos, contratos, notas fiscais e fluxos de pagamentos, com encaminhamentos para auditorias independentes, se necessário, para assegurar o embasamento técnico das afirmações apresentadas.

- Responsabilização: Caso sejam confirmadas as irregularidades, os agentes públicos e privados envolvidos poderão responder a processos administrativos e, se cabível, criminais, com a devida apuração de possíveis danos aos inativos do INSS.

Conclusão

Os desdobramentos dessa sessão da CPMI reforçam a gravidade das denúncias contra a Conafer e seus colaboradores, apontando para a existência de um esquema financeiro que teria explorado os cofres de aposentados para alimentar uma fortaleza de negócios familiares. A CPMI continua na coleta de evidências, com o objetivo de esclarecer a extensão da suposta fraude e, se comprovada, responsabilizar todos os que contribuíram para a prática. O que fica é a expectativa por decisões técnicas, jurídicas e institucionais que garantam maior proteção aos recursos dos inativos e maior transparência na gestão de entidades ligadas à agricultura familiar.

 

   

 

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