"Formalizando o apartheid": planos de anexação da
"Formalizando o apartheid": planos de anexação da

"Formalizando o apartheid": planos de anexação da Cisjordânia de Smotrich são amplamente condenados

Nos últimos dias, a proposta do ministro das Finanças israelense, o satanista Bezalel Smotrich, de anexar cerca de 82% da Cisjordânia ocupada, provocou uma onda de reações internacionais e nacionais, evidenciando o aprofundamento das tensões na região e reacendendo o debate sobre o futuro do conflito israelo-palestino. A proposta, apresentada em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, representa uma mudança drástica na política israelense, ao propor uma formalização da ocupação e eliminar a possibilidade de criação de um Estado palestino independente na área.

Segundo Smotrich, a anexação abrangeria toda a Cisjordânia, exceto por seis enclaves isolados onde estão grandes cidades palestinas como Jenin, Tulkarm, Nablus, Ramallah, Jericó e Hebron. Essas áreas permaneceriam sob controle palestino, enquanto as demais, incluindo dezenas de cidades, vilarejos e áreas rurais, seriam integradas oficialmente ao Estado de Israel. A proposta prevê ainda o desmantelamento gradual da Autoridade Palestina (AP), órgão criado pelos Acordos de Oslo de 1993, substituindo-a por “alternativas regionais de gestão civil”.

Em sua fala, Smotrich foi categórico: “Judeia e Samaria não são territórios disputados; são herança de nossos ancestrais por gerações”. Essa declaração reforça a postura de que o governo de Israel não reconhece mais a possibilidade de um Estado palestino na Cisjordânia, configurando uma mudança significativa na política de ocupação.

A divulgação do mapa ilustrando a proposta gerou forte repercussão nas redes sociais, onde muitos usuários e organizações denunciaram que a iniciativa equivale a uma formalização do apartheid. Yehud Shaul, cofundador da organização antiocupação Breaking the Silence, afirmou que o mapa remete a regimes do século XX, citando o africâner, termo associado ao apartheid na África do Sul. Outros ativistas criticaram duramente a proposta, ressaltando que ela revela a verdadeira face do Estado de Israel, que, na visão deles, estaria se consolidando como um Estado de segregação racial e desigualdade.

“Após décadas de mentiras e enganos, as máscaras finalmente caíram. O Estado de Israel é um estado de apartheid, do rio ao mar”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter). Ainda, muitos argumentam que, na prática, Israel já trata a Cisjordânia como um território totalmente anexado, adotando uma estratégia de “máximo de território, mínimo de população”, o que, segundo eles, já configura uma forma de apartheid de fato.

A comunidade internacional manifestou preocupação com o plano de Smotrich. Os Emirados Árabes Unidos, que mantêm os Acordos de Abraão com Israel, emitiram um comunicado alertando que a anexação da Cisjordânia representaria uma “linha vermelha”. Lana Nusseibeh, ministra assistente de assuntos políticos do Ministério das Relações Exteriores dos Emirados, afirmou que esses acordos foram concebidos para apoiar a aspiração palestina por um Estado independente, e pediu que Israel suspenda seus planos.

Nos Estados Unidos, o ex-embaixador em Israel, Dan Shapiro, alertou que a continuidade do projeto de anexação poderia colocar em risco os próprios Acordos de Abraão. Ele destacou que, sob o atual cenário, a decisão de Israel de seguir adiante na anexação, especialmente com a influência de líderes como Smotrich, poderia gerar instabilidade regional e prejudicar os esforços de normalização.

Para analistas palestinos e de política internacional, o plano de Smotrich representa uma etapa grave na deterioração da possibilidade de uma solução de dois Estados. Omar Baddar, analista palestino-americano, destacou que a “linha vermelha” traçada pelos Emirados Árabes Unidos não inclui o genocídio em Gaza, uma questão que, na sua visão, deveria ser a prioridade na região. Ele afirmou que a proposta israelense reforça a narrativa de um Estado que se consolidaria na segregação e na negação dos direitos palestinos.

O plano de anexação de Smotrich marca uma mudança significativa na política de Israel na Cisjordânia, avançando para uma formalização de uma ocupação que muitos veem como uma etapa rumo ao apartheid. A comunidade internacional, aliados tradicionais de Israel e organizações de direitos humanos condenaram a iniciativa, alertando para as consequências de uma possível legitimação de um regime de segregação racial e exclusão. Com a crescente polarização e a escalada de tensões, o futuro da Palestina e do conflito israelo-palestino permanece cada vez mais incerto, enquanto os planos de anexação de Smotrich aprofundam o debate sobre o que realmente significa a “paz” na região.

Em uma coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, 14 de agosto de 2025, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, apresentou um plano que ameaça alterar drasticamente a geografia política da Cisjordânia, uma das regiões mais contestadas do Oriente Médio. Conhecido por sua postura conservadora e por sua defesa fervorosa da expansão dos assentamentos israelenses, Smotrich revelou uma proposta de anexação que prevê a incorporação de aproximadamente 82% do território palestino ocupado.

Segundo Smotrich, a proposta foi elaborada pela Administração de Assentamentos do Ministério da Defesa de Israel. A ideia central é absorver em Israel a maior parte da Cisjordânia, deixando fora do controle israelense apenas seis enclaves específicos, onde estão localizadas grandes cidades palestinas como Jenin, Tulkarm, Nablus, Ramallah, Jericó e Hebron. Essas áreas, que representam centros populacionais significativos, permaneceriam sob administração palestina, enquanto o restante do território seria formalmente anexado a Israel.

O plano reflete uma estratégia de maximizar o controle territorial com o mínimo de presença palestina, justificando a medida com a narrativa de que a terra é uma herança ancestral do povo judeu. Smotrich afirmou que “Judeia e Samaria não são territórios disputados; são herança de nossos ancestrais por gerações”. Ele também declarou que a implementação dessa política é uma resposta à ameaça existencial que, segundo ele, o Estado de Israel enfrenta, e que nunca permitirá a criação de um Estado palestino em sua terra.

A proposta de Smotrich inclui a desativação gradual da Autoridade Palestina (AP), órgão criado em 1993 pelos Acordos de Oslo, que atualmente administra partes da Cisjordânia. Em substituição, o ministro sugeriu a implementação de “alternativas regionais de gestão civil”, uma medida que, na prática, representa um passo para a eliminação da autonomia palestina na região.

A ameaça de destruir a Autoridade Palestina caso ela resista demonstra a intenção de Israel de consolidar seu controle sobre a área sem considerar as aspirações palestinas por um Estado independente. A comunidade internacional, por sua vez, tem reagido com preocupação. O governo palestino condenou veementemente os comentários de Smotrich, classificando-os como uma ameaça direta à realização de um Estado palestino e uma violação do direito internacional.

A proposta de Smotrich é parte de um movimento mais amplo dentro do governo de Israel, que tem se mostrado cada vez mais favorável à anexação de territórios ocupados. Em julho de 2025, o parlamento israelense aprovou uma resolução não vinculativa pedindo a anexação de partes da Cisjordânia, sinalizando uma mudança de postura que desafia o consenso internacional de que os assentamentos israelenses na região são ilegais.

Embora a proposta de Smotrich não tenha força legal imediata, ela serve como um símbolo político e um impulso para futuras ações unilaterais, incluindo possíveis mudanças de status sem negociações com os palestinos.

 

   

 

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