Novo slogan, mas a burrice é velha.
Novo slogan, mas a burrice é velha.

Novo slogan, mas a burrice é velha.

Ao criticar a política norte-americana de elevação de tarifas contra parceiros comerciais, Lula afirmou que o Brasil não aceitará “desaforo, ofensas e petulância de ninguém”.

Segundo o presidente, o país está disposto a negociar, mas sempre em condições de igualdade. 

Primeiramente, é importante questionar a efetividade das estratégias adotadas pelo governo para lidar com as tarifas elevadas impostas pelos EUA. A imposição de tarifas de até 50% sobre exportações brasileiras, especialmente em setores como aço, alumínio e automóveis, demonstra um cenário de vulnerabilidade econômica. O Plano Brasil Soberano, anunciado como resposta, busca mitigar os efeitos dessas tarifas com crédito e medidas de incentivo às exportações. Contudo, essa resposta parece mais uma tentativa de minimizar o impacto imediato do que uma solução estrutural para o problema, que está mais relacionado às políticas comerciais de Washington do que a ações internas.

Além disso, a estratégia de buscar novos mercados, como o México, é válida, mas não substitui a necessidade de uma política comercial mais robusta e de uma diplomacia eficiente para renegociar condições com os EUA. A dependência de mercados tradicionais e a dificuldade de diversificação podem comprometer o crescimento sustentável do país, sobretudo em um contexto global cada vez mais competitivo e protecionista.

Outro aspecto criticável é a postura do governo em relação às grandes empresas de tecnologia. Lula afirmou que as big techs são patrimônio americano e que devem respeitar a legislação brasileira. Embora seja fundamental defender a soberania digital, a retórica utilizada parece colocar uma cortina de fumaça sobre a necessidade de uma regulação mais incisiva dessas empresas, que possuem um impacto econômico e social gigantesco no Brasil. A falta de uma legislação clara e efetiva para controlar o poder dessas corporações pode levar a uma dominação ainda maior de interesses estrangeiros no território brasileiro.

Por fim, o novo slogan “Do lado do povo brasileiro” parece uma tentativa de reforçar uma narrativa de proximidade com a população. No entanto, a realidade econômica e social do país ainda apresenta desafios significativos, como o aumento da desigualdade, o desemprego e a crise na saúde e educação. A comunicação do governo, por vezes, parece mais voltada à construção de uma imagem de força e soberania do que à implementação de políticas concretas que melhorem de fato a vida do brasileiro comum.

Em síntese, o governo Lula de 2025 demonstra um esforço em defender a soberania nacional e buscar novos caminhos econômicos, mas ainda enfrenta dificuldades para traduzir essas ações em resultados concretos. A postura combativa e retórica de autonomia deve ser acompanhada de medidas efetivas que promovam o desenvolvimento sustentável, a proteção da indústria nacional e uma regulação eficiente das corporações estrangeiras. Caso contrário, corremos o risco de ver um governo que, apesar das palavras de força e independência, permanece vulnerável às pressões externas e às limitações internas.

 

   

 

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