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PF Apreende Grande Quantidade de Dinheiro na Sede
PF Apreende Grande Quantidade de Dinheiro na Sede

PF Apreende Grande Quantidade de Dinheiro na Sede do Sindnapi, Ligado ao Irmão de Lula

Em outros locais, também foi apreendida uma frota de carros de luxo Por Lucas Soares

A Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, por meio de sua Delegacia de Migração (DELEMIG/DREX/SR/SP), alcançou um marco histórico em 2024, registrando 87.140 atendimentos a imigrantes e

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro André Mendonça, cumpriu 66 mandados de busca e apreensão em sete estados (São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia) e no Distrito Federal.

Entre os principais alvos está a sede do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), localizada no centro de São Paulo. A entidade tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, de acordo com informações do portal Metrópoles e confirmadas por fontes da PF, Frei Chico não foi alvo direto da operação nesta fase.

Durante as buscas no prédio do Sindnapi, os agentes federais encontraram e apreenderam uma quantia relevante de dinheiro em espécie guardada dentro de um cofre. Além disso, foram recolhidos celulares, computadores e documentos nos andares onde funcionam a presidência do sindicato, a cooperativa de crédito Coopernapi (ligada ao Sicoob) e a empresa Esférica, pertencente à filha do ex-presidente do sindicato, João Inocentini.

Outro mandado de busca foi cumprido na residência da coordenadora jurídica do Sindnapi, Tônia Galleti, onde os policiais arrombaram o portão durante a ação. No local, além de dispositivos eletrônicos como celulares e computadores, foram apreendidos veículos. Tônia Galleti é amiga pessoal do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT), que foi demitido em abril de 2025, logo após o início das investigações sobre as fraudes no INSS.

Ao todo, a operação resultou na apreensão de uma frota de carros de luxo, incluindo modelos como Porsche, Volvo, Jeep, Mini Cooper e uma moto Ducati, além de armas, munições e cofres adicionais em diversos locais. Todo o material recolhido será encaminhado para perícia técnica, com o objetivo de aprofundar as provas sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, estelionato qualificado, peculato, corrupção ativa, lavagem de capitais e organização criminosa.

O esquema investigado envolve entidades que cadastravam aposentados e pensionistas sem autorização, descontando mensalidades diretamente nos benefícios previdenciários. Estimativas da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam para um prejuízo de pelo menos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, afetando principalmente idosos e pensionistas vulneráveis.

Em nota, o Sindnapi expressou surpresa com as buscas e afirmou que seus advogados não tiveram acesso ao inquérito ou às razões da operação. A entidade repudiou alegações de irregularidades e garantiu que comprovará a legalidade de suas atividades em defesa dos associados.

Esta fase da Operação Sem Desconto representa uma escalada nas investigações, que já resultaram em prisões preventivas em etapas anteriores, como as de Antônio Carlos Camilo Antunes (o "Careca do INSS") e do empresário Maurício Camisotti. A ação também ocorre em paralelo à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, onde o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, prestou depoimento nesta quinta-feira e optou pelo silêncio.

A PF e a CGU continuam a mapear a rede de associações de fachada e servidores corruptos envolvidos, com o bloqueio de cerca de R$ 400 milhões em bens de investigados para garantir o ressarcimento às vítimas. O caso destaca a vulnerabilidade do sistema previdenciário brasileiro e reforça a necessidade de maior transparência nos descontos consignados.

 

   

 

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